A diretriz da Corsan de buscar parcerias para ampliar e qualificar a sua prestação de serviços foi apresentada pelo diretor-presidente da Companhia, Roberto Barbuti, no Fórum Latino-Americano “Água: Potabilização, Saneamento e Gestão de Efluentes”, nesta terça-feira (25). O dirigente participou de mesa-redonda virtual sobre os desafios da infraestrutura no saneamento brasileiro.
Barbuti abordou os resultados obtidos com a parceria público-privada (PPP) em andamento na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA). “Na linha da Corsan de construir parcerias, a mais evidente foi esta PPP, que visa universalizar a coleta e o tratamento de esgoto em nove municípios até 2031, antes do prazo previsto no novo marco legal do saneamento. Obtivemos um bom deságio no leilão, vencido pela Aegea, e assinamos a parceria em março de 2020. Todos os envolvidos estão muito satisfeitos. São cerca de R$ 2 bilhões em investimentos, beneficiando 1,5 milhão de pessoas. Tratava-se de uma alternativa viável para alavancar o atendimento em esgoto na região. A partir do sucesso do projeto, contratamos o BNDES para realizar a modelagem, que está em finalização, de outras PPPs em esgotamento sanitário em até 41 municípios gaúchos”, informou.
O presidente salientou que, além das PPPs, a Companhia trabalha com outras alternativas de parceria. Uma delas é a intenção, anunciada recentemente pelo Governo do Estado, de privatizar a Corsan, por meio da pulverização do controle acionário via mercado de capitais. “No setor de saneamento, o norte deve ser buscar as metas de universalização, redução de perdas e qualidade no atendimento. A partir disso, cabe a cada empresa buscar o seu modelo de atuação, considerando sempre esses objetivos e também as circunstâncias de cada caso. É importante estar aberto a alternativas que tragam inovação e eficiência, o que permite chegar a patamares diferenciados e dá mais flexibilidade para solucionar as questões financeiras”, destacou, afirmando ainda que a Corsan estuda a possibilidade de parcerias em outras áreas, como tratamento de resíduos industriais, resíduos sólidos e fibra óptica.
O Fórum é promovido pela Associação Latino-Americana de Dessalinização e Reúso da Água (Aladyr). Mediada pelo representante para o Brasil da Aladyr, Eduardo Pedroza, a mesa-redonda também contou com o diretor executivo da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon), Percy Soares, o diretor de Desenvolvimento e Novos Negócios da GS-Inima Brasil, Giuliano Dragone, e o superintendente de Estruturação de Parcerias de Investimentos do BNDES, Cleverson Aroeira. Realizado até 28 de maio, o evento online reúne representantes de mais de 80 empresas de saneamento da América Latina.