A Corsan está anunciando, nesta terça-feira (30), que contratou a empresa Climatempo para realizar um estudo que é o primeiro passo para a construção de um Plano de Segurança Hídrica robusto, alinhado com as melhores práticas internacionais. Intitulado “Estudo de Previsão Climática Estratégica e Caracterização Preliminar de Segurança Hídrica”, o trabalho contratado está no âmbito de compromisso assumido pela Companhia junto à International Finance Corporation (IFC), do Grupo Banco Mundial (World Bank Group). A Climatempo é a maior empresa de meteorologia da América Latina e tem ampla experiência na caracterização, no monitoramento e na previsão do clima.

De acordo com o diretor-presidente da Corsan, Roberto Barbuti, "temos um compromisso firme com a excelência. Esse primeiro trabalho marcará o início de um Plano de Segurança Hídrica robusto e pioneiro em termos nacionais. Estamos em uma situação privilegiada pela multiplicidade de fontes hídricas, porém enfrentamos estiagens ano após ano. Nos anteciparmos aos riscos climáticos e hidrológicos é fundamental para mantermos o abastecimento contínuo e de qualidade para a população atendida, trazendo externalidades socioambientais importantes. Nesse contexto, contamos com a parceria da IFC do Banco Mundial, que traz expertise e credibilidade ainda maior para o projeto. Seguiremos evoluindo, agora também em segurança hídrica”.

O estudo deverá estar concluído nos próximos 100 dias e contemplará as seguintes avaliações pela Climatempo: caracterização das bacias de contribuição dos pontos selecionados pela Corsan; caracterização climática e previsão climática estratégica; e caracterização de risco referente à segurança hídrica. O trabalho visa orientar a tomada de decisão e subsidiar medidas de gestão na Companhia no que diz respeito à disponibilidade hídrica (superficial e subterrânea), com vistas ao aumento da segurança hídrica, além da caracterização de risco referente a essa segurança.
No que diz respeito ao planejamento da segurança hídrica, a Corsan está também trabalhando no desenvolvimento de seu Plano de Segurança Hídrica (o PSH-Corsan), que abrangerá todos os municípios atendidos pela Companhia. Contando com as contribuições técnicas da IFC e do Banco Mundial, estima-se que a conclusão do PSH-Corsan aconteça nos próximos 24 meses, permitindo assim que sejam realizadas iniciativas para gestão hídrica eficaz e com maior nível de segurança.

Atualmente, o Brasil atravessa mais uma crise hídrica em várias partes do território nacional, afetando o abastecimento de diversos setores, assim como a geração de energia hidrelétrica. A crise atual decorre de uma sequência de temporadas chuvosas abaixo da média histórica na última década. De acordo com as projeções do IBRE/FGV, se o país tivesse experimentado entre 2012 e 2021 chuvas dentro da média histórica dos últimos 40 anos, a economia poderia ter tido um desempenho significativamente melhor, com o PIB médio anual na casa dos 2%, ou seja, 1,6% maior do que o 0,4% ao ano efetivamente registrado nesse período.